sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Trabalho Comunitário

Migração e trabalho Comunitário.

Os jornaleiros iam trabalhar para o Porto e Aveiro
, em trabalho sanzonal
 onde tinham garantia das jornas de Maio a Setembro. 

Os criados de servir, também migravam para essas localidades. Onde eram ajustados ao mês com salário, que era muito maior, que na aldeia. 
De criados de servir, passavam para operários e por lá ficavam, como o meu caso...

Também havia migração para o Douro no tempo  das vindimas, apenas para trabalhos sanzonais. 

Mesmo, sabendo que iam sujeitar-se a trabalhos de grande esforço, o povo aproveitava todas as oportunidades, onde pudessem ganhar umas croas para sustentar a familia e pagar algumas dividas, que deviam na venda e atenuar a miséria em que viviam. 

                                                   Com a devida vénia do Autor.






        Esta foto, é referente á casa de lavoura do Ferreira de Bolada, onde o meu pai trabalhava de jornaleiro, dois dias por semana durante o inverno.

Trabalho Comunitário

Os lavradores e caseiros, agrupavam-se para fazerem as grandes veçadas, cegas de centeio, roçadas de mato,
espadadas de linho, esfolhadas e malhadas de cereais e até sachas. Cada um levava os seus criados, gados, apeirias e alfaias

Trabalhavam em comunidade para não pagarem a jornaleiros, só os chamavam em ultima necessidade e para fazerem os trabalhos mais pesados. Viviam das colheitas dos campos e dos gados que vendiam.

 Alguns jornaleiros tinham que andar a lamber as botas aos grandes senhores, para serem eles os preferidos, porque a oferta de jornaleiros era enorme. 

A única industria que havia, na freguesia do Rego, era a serração do Casemirinho da Venda. O povo vivia miseravelmente.

Nos meses de inverno, os jornaleiros pareciam cães esfomeados dentro da casota. Os pequenos lavradores e caseiros, não chamavam os jornaleiros, porque muitas vezes não tinham dinheiro para lhes pagar as jornas. 
 
Não conseguiam vender o produto das terras, o feijão, milho, batatas, centeio, relva e painço e até a linhaça, eram vendidos directamente ao negociante, quando ele aparecia para os comprar. 

                                                            Com a devida vénia do Autor.

A venda dos bezerros, potros, mulas, muitas vezes, era reservado para os dotes de casamento, compra de mais vacas, por vezes mais uma sorte, e também o cordão, as pelicanas e a corrente com medalha.
 
As despesas da manutenção das terras, casas, criados, jornaleiros, décima, doenças e vestimenta, eram pagas com a venda do gado miúdo, bacorinhos, cabritos, anhos, frangos, perus e coelhos. 
                                                                Com a devida vénia do autor

 As galinhas, pitos, perus e coelhos, eram vendidos nas feiras, de Fafe, Carvalho, Lameira e por vezes Fermil. As feiras de Fafe, Fermil e Carvalho, ficavam a muitas léguas de distância. A feira mais preferida era Fafe, onde tudo se vendia e tudo se comprava

Mas, para qualquer feira que fosse, a criada acompanhada da patroa, levava uma saca de dois alqueires á cabeça, que podia ser, feijão, centeio, batata ou milho e uma cesta no braço, com bicharia, coelhos. galinhas, etc... 

 A ama, levava uma saca de burel, com taleigos dentro, de linhaça, painço e relva. 
A manteiga e nata, iam numas malguinhas dentro dum cestinho. 

 Na aldeia ninguém comprava nada. Os pobres que tanto precisavam daqueles produtos, não tinham dinheiro para os comprar. 

Quando, surgia alguma calamidade, em anos fracos de produção, até os caseiros tinham mingua. Não existiam nenhumas ajudas do governo.

 Cada vez, havia mais Indigentes, viviam em pequenas choças, com ranchadas de filhos, a viverem numa única divisão, sem retrete, como o caso dos meus pais, dez irmãos a defecarem dentro de casa e á porta de casa, quando eramos crianças, quando começamos andar, fazíamos as necessidades, no meio da horta, igual aos nossos pais.





   Esta retrete, era a que existia na casa dos meus pais, e só foi feita na horta, muitos anos depois do nosso nascimento.
         


                               A parte detrás da casa dos meus pais. onde nascemos e fomos criados

Uma pequena divisão, que fazia de cozinha e sala.Tinhamos pegado uma pequena horta, mas as couves para fazer o caldo,desapareciam rápido, não chegavam para nada. 
Só nos restava uma saída, pedir esmola, nos lugares da freguesia e freguesias vizinhas. 
Não éramos só nós. Assim acontecia a todas as crianças pobres, que viviam nas mesmas condições.

                                                            Com a devida vénia do autor

Vivíamos numa perfeita enxovia e escravidão. Sem pão, sem roupa. A que vestiamos era remendada.

                                                                        Com a devida vénia do Autor

Com a devida vénia do Autor


Com a devida vénia do Autor



Com a devida vénia do Autor.


Com a devida vénia do Autor

Com a devida vénia do autor

Não tínhamos lenha para acender o lume, para cozinhar o caldo, e  para nos aquecermos no inverno. Todos os lavradores tinham moutas. Não faltava lenha, mas os donos andavam sempre a vigiar as coutadas e se fosse visto, alguém a retirar lenha, tiravam-lhe a lenha e agrediam as pessoas e por vezes, faziam queixa ao Regedor, para ele prender as pessoas.

Foi o que aconteceu á minha mãe, esposa de "Manuel Pistola," estava de parto do meu irmão Manuel, que tinha nascido á quinze dias, ela não tinha lenha para acender o lume, para secar os panos do menino.

Foi á mouta do senhor António do Nunes e cortou três galhas num carvalho. Quando vinha para casa, ao passar junto aos campos do citado senhor António Nunes, ele tirou-lhe a lenha e deu-lhe tres pancadas nas costas, com o cabo da enxada, que trazia ao ombro.Eram tempos de extrema miséria.Tempo da Ditadura fascista.


Foto, da parte detrás da casa dos meus pais, esta é a unica porta da entrada do casebre, onde nascemos e fomos criados e  já foi tirada depois do VINTE CINCO DE ABRIL, 








                                 A minha esposa com o nosso saudoso filho António                                                           Manel a porta da entrada da casa dos meus pais.



A maioria dos lavradores e caseiros, residentes naquela altura, no lugar de Vila Boa, eram humanos. Quando pressentiam, que havia doença grave na casa dos pobres, mortes, prisões, incêndios, eles apareciam a prestar ajuda ás famílias. Não davam dinheiro, mas davam bens essenciais para ajudar a atenuar aquelas desgraças. 

A sua presença dentro da casa dum indigente, representava muito. Foram muitos aqueles, que nos prestaram solidariedade. Mesmo nas famílias, que não gostavam dos indigentes, existia um filho, que escondido dos seus pais, dava pão ao filho dos Indigentes e até dinheiroO Inacinho do Marialves, meu companheiro de escola, todos os dias me dava um pedaço de broa. Estudávamos no alprende em frente da casa, ele sabia que passávamos fome, quando o pai lhe dava uma coroa ou duas, dávamos e dizia para eu ir á venda, comprar comida para os meus irmãos

Um dia deu-me três croas, o pai descobriu, deu-lhe uma grande coça e levou-me á presença do Inacinho e agrediu-me. Proibiu o filho de falar comigo ou acompanhar-me. 
Fiquei triste por perder aquele amigo

Nunca mais o esqueci. Sempre que ia á aldeia, perguntava á minha mãe, se tinha noticias do Inácio do Marialves. Ela disse-me que ele seguiu a tropa e que casou com uma professora. 

Passados 55 anos, o Inacinho deu á minha mãe, uma garrafa de aguardente, para ela entregar ao amigo Ambrósio. Obrigado Inácio por continuares meu Amigo.

Costumes usados naquela época- Moinhos

Os lavradores tinham um moinho comunitário. Cada um moía no seu dia. Também havia quem tinha moinho próprio, só para si, e quem tinha moinho próprio e moía para a comunidade por maquia, distribuía as farinhas aos fregueses porta a porta, transportadas por mulas ou jumentos, como o moleiro Cristiano Cunha e outros.








                                                          
     Foto do interior moinho.              Com a devida vénia do Autor.                                                                                                           


                                              Com a devida vénia do Autor.



                                                                        Com a devida vénia do Autor.

                      

                                                                     Com a devida vénia do Autor.


                                                        Com a devida vénia do Autor.




                                           Moinhos de Vilaboa já sãó visitados por turistas



Àguas de consortes

Poças de consortes. Cada consorte, tinha os seus dias ou horas de água, A água tinha hora certa para as tornas. O relógio usado, era o relógio de Sol, porque poucos tinham relógio. Quando não havia Sol, era mais complicado, tinham que pedir um relógio emprestado, a quem o possuía, para ir tapar e abrir, as poças á hora certa. O rego de agua de consortes, da poça das lebandeiras,passava junto á nossa casa e era a maioria, da água que usávamos, para cozinhar, para nos lavarmos, etc... quando ela passava a nossa porta.O toque do sino, também fazia de relógio para as tornas.






Este uso de tapar e abrir a poça, praticamente só funcionava nos meses de verão, para a rega de milhos, batatas e linhos. Nos meses de inverno, as poças de consortes, abriam-se e tapavam-se por elas próprias, por meio dum engenho de pedra feito pelos pedreiros.

Também era de consortes o poço da fonte abastecia o povo de Vilaboa.






As águas das poças das latas  e da poça das lebandeiras, e de poço da fonte, de inverno,destinavam-se a limar,(a) as ervas dos campos de fenos e lameiros, e funcionava a regra do torna torna, que consistia em cada um, tapar os pilheiros do rego dos outros campos e abrir pilheiros para os seus. Poças de consortes que eu conheci, poça das latas, poça das lebandeiras, poço da fonte, poço da fontalta e poço dos pocinhos, este poço ficava mesmo dentro do quinteiro da casa dos pocinhos. 
 É possível que o poço da fontalta também fosse de consortes. Não sei...  

Também existia a água da levada de consortes, que saía do rio e vinha regar os campos de Vila- Boa, do Cunha, Russo, Marialves, Catanas, Catalão e muitos outros. Como esta água não estava aprisionada, podia-se regar a qualquer hora, pelo que, muitas vezes, os campos eram regados de noite á luz da Lua. As maiores zaragatas e demandas, tinham origem nas águas de consortes. Houveram muitas sacholadas e até mortes.

Algumas medidas que usavam na venda das produções.

Medidas de secos, Carro, (correspondia a 40 alqueires ou rasas) rasa, meia rasa, quarto, meio quarto e quartinho e maquia, e razão. Medidas de peso (b, quintal, arroba. Arrátel, meio arrátel e outras. Medidas de líquidos, pipa, meia pipa, pipo, almude, cântaro, canada, meia canada, quartilho, meio quartilho e quarteirão. 

Valores usados na compra de artigos, uma libra, um milrei, uma croua, um quartinho, um cruzado, sete e meio, o vintém e o real. 

Matança do porco e o presente levado a casa dos pobres.

As casas abastadas matavam três porcos, nas outras matavam dois e os caseiros um. Os pobres quando ouviam os porcos a berrar, punham-se a escutar donde vinha o barulho. 



Naqueles lugares pacatos, onde só se ouviam os pardejos e o berro dos gados, durante o dia, e no verão, os choupilos e raros de noite. 
Aquele berro, da morte dos porcos, era diferente de todos os outros. Alegrava os pobres.
Iam receber o presente tão ansiado. 

 O mês de Janeiro era o fim para os suínos. Mas também se matavam porcos em Fevereiro. Quando as casas eram muito juntas, os pobres não distinguiam qual foi o lavrador que fez a matança, mas depressa se desfazia a dúvida, quando se viam os fentos arder e a chamuscar os porcos nas eiras. 

Todos os lavradores e caseiros do lugar de Vila- Boa, nos davam o presente, com excepção do Russo da Tomada e o Marialves. Mandavam as filhas ou filhos levar dentro duma malga ou prato, um bocado de carne, um bocado de sangue e ás vezes um sibinho de redenho. A minha mãe, metia dentro da malga ou prato, dois tostões.

Também a Senhora Emilinha Ferreira, do lugar de Quintela, quando matava os porcos, guardava o presente para os meus pais e quando eu ia lá, pedir a esmola, ela dava o presente junto com a esmola.
Era a mãe dos pobres.

a) as palavras que prenuncio, são exatamente as usadas pelo povo, naquela época.
b) Algumas medidas de peso eram feitas de calhaus, a pesar dois kilos, um Kilo, meio kilo, depois de ter aquele peso certo, eram metidas nuns saquinhos de pano com uma presilha para engatar na balança romana, que as farrapeiras traziam dentro dos seus açafates quando andavam de porta em porta a comprar o pano como o caso de Josefa Pires, que morava no lugar de Bolada, minha avó paterna.

Ambrósio Lopes Vaz

21 comentários:

  1. Conhecestes o Quintela e a os cunhas ???

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  2. AMBROSIO, CONHECESTES OS QUINTELS E FAMILA DOS CUNHA

    o aNTONIO jOAQUIM PAI DO ZÉ MARIA GENRO DO ZÉ DALEM

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  3. Luiz, muito obrigado por vizitares o meu blog. Sim conheci a familia dos Cunhas de Vila Boa e do Rêgo.Conheci o Sr. Zezinho Cunha de Vila Boa que passava o dia a falar sozinho e a percorrer o caminho de casa até ao campo que ficava abaixo das barrocas.Ele perdeu o tino devido a uma prisão que sofreu por falsificação e passagem de notas falsas. Passava o dia a fumar cigarros fortes velhos e dava-me meio tostão para eu ir á Sr. Florinda Dalém, comprar os cigarros.Era pai do Sr. Crestiano Cunha e António Joaquim Cunha.A esposa era amiga dos pobres, nunca negava a esmola quanado lá iamos pedir e dava sempre o presente quando matava os porcos. Eu ia falar do Sr. Zézinho Cunha noutro capitúlo mais adiante, como o Luiz falou nos cunhas, já fica o registo. Da familia dos Quintelas, de momento não me ocorre nenhuma lembrança.Da familia do Cunha ainda vou falar num futuro Post. Porque se não morrer breve, ainda tenho muitas memórias para publicar. As minhas Cordiais Saudações. Ambrósio

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  4. Sr. Ambrosio , sou neto da Dona Deolinda ( Filha do sr. Zezinho )a mesma vive no Brasil atualmente e esta com 88 anos ela era casada com o sr. José Gonçalves ( dos Quintela ) este último irmão do Serafim e Horacio que viveram em vila Boa.
    Agradeço vossa resposta, e alias sou Brasileiro filho de portugueses.
    Minha mãe , Julia ( dos cunha ou Quintela não se precisar como era conhecida no lugar ? ) provavelmente deves ter conhecido, falava muito bem de sua ditosa avó a dona Rosa dos Cunha.
    Relamente minha mãe contou que meu Bisavô ( O sr. Zezinho ) foi preso devido aos motivos acima citados e que perdeu o controle de suas faculdades mentais, sendo que chegou a ir para a Espanha ficando a preocupar seus filho e esposa,e tiveram que ir ao pais vizinho para traze-lo de volta.
    Sr. Ambrósio fiquei muito emocionado ao ver imagens da terra onde minha falecida mãe e avós nasceram , tive o previlégio de ir a São Bartolomeu em 1979 e 1984.
    Espero que o sr. possa narrar mais fatos a nos brindar com suas memorias.
    Abraços e meus sinceros parabéns.

    Luiz Lourenço

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  5. Sr. Ambrosio, me identifiquei muito com o vosso relato, dos anos de dificuldade que tivestes , pois meu Pai ( Joaquim - da Lagoa - freguesia de Varzeacova ) foi filho de caseiros e me relatava que passou muita fome e necessidades , chegou a trabalhar na construção da Barragem da Venda nova isto quando tinha 15 anos e neste periodo para juntar alguns trocados para a sua familia chegou a comer muita sopa mirrada.
    Por isto migrou para o Brasil em 1952 para ter ao menos uma vida mais digna.
    Ele fez questão quando fomos ai em Portugal, nos mostrar as localidades onde passou sua infância e juventude dificil e os amigos que por ai ficaram.

    Quando leio vosso relato acho bastantes coincidências com as histórias contadas pelo meu falecido pai.
    Abraços e continue com este belo trabalho!!!

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  6. Caro Luís ,a família que falas, suponho que te queres referir aos Cunhas e Quintas, Dessas famílias eu conheci várias pessoas. Dos Quintas, conheci a Virgínia Quintas, o Álvaro Quintas, o Manuel Quintas, o Zé Quintas e Horácio Quintas. Alguns moravam no lugar de Vila Boa, outros no lugar de Quintela. O Zezinho Cunha e a Sra. Rosinha Cunha, eram pais de Cristiano Cunha, António Joaquim Cunha, José Maria Cunha, (regedor da freguesia do Rêgo) e um filho solteiro que emigrou para o Brasil e regressou já depois da revolução dos Cravos e duas filhas a Deolinda e a Maria da Morgada. O Manuel e o José Quintas, eram genros do Sr. Zézinho e da Sra. Rosinha Cunha. Não me lembro do Serafim. O Horácio era meu vizinho.Tenho uma edeia dum Alvaro Qintas que morava em Quintela. Quando publicar aa profissões vou falar na familia dos Quintas. Continua atento. Obrigado pelo teu comentário. Cordiais Saudações. Ambrósio Lopes Vaz

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  7. Muito Obrigado sr.Ambrosio, realmente o senhor foi preciso.
    O sr. José dos Quintas era meu avó ( este faleceu em 1998 ) e a Dona Deolinda ( minha avó atualmente com 88 anos - filha do sr, Zezinho e Rosinha Cunha ).
    Sr. Ambrosio por acaso vsa. não estudou com a Julia ( minha mãe ) filha do José Quintas e Deolinda dos Cunha.

    Um abraço e parabéns pelos vossos relatos.

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  8. Amigo Luis, eu não me lembro da Julia.Lembro-me dos primos da Julia, o Marcelino filho do Crestiano e o Ilidio filho do Sr. José Maria Cunha. Eu tenho 77 anos e a julia era mais nova do que eu.Quando eu publicar o Post da "Escola da minha Aldeia" vou falar daqueles alunos que me lembrar.O post a seguir vai ser " A venda do Zédalem" que publicarei no próximo mes de Maio.Fiquei contente por saber noticias da sra Deolinda e desejo-lhe muita saúde e para ti um grande abraço.Ambrósio

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  9. Obrigado sr. Ambrosio, pela atenção e presteza.

    O que sr. Tem a dizer do 25 de Abril ??

    Abraços e saúde a todos !!

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  10. Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

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  11. Sr. Ambrosio fico no aguardo de mais narrações de vossa parte.

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  12. Luis tenho tido problemas de saúde e tenho estado inactivo. Mas o prometido é devido.Vou completar o outro resumo, que é o que tu pretendes.Espero que a tua avó tenha saude. Eu lembro-me dela. Sinto que a Julia não esteja viva, porque ia ficar contente por ver o filho interessado nas suas origens.
    Cordiais Saudações
    Ambrósio

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  13. Desejo-te saúde e plena recuperação !!!!
    No aguardo de mais relatos.

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  14. Amigo Luiz, tens toda a razão. Prometi fazer publicações de posts no mês de maio, mas devido a problemas alheios à minha vontade não pude vir ao blog. Prometi responder-te o que penso sobre o 25 de Abril e vou fazê-lo. a partir de dia 10 vou poder dedicar-me mais aos meus blogs e o que me pediste vai ser a primeira coisa que vou fazer. Amigo, a vida é muito dura e por vezes as nossa previsões falham. a tua avó continua de saúde? Estou-te muito agradecido por te preocupares comigo. Um grande abraço. Ambrósio Lopes Vaz

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  15. Amigo Luís Lourenço. Perguntas o que penso do Vinte e Cinco de Abril. Vou satisfazer a tua curiosidade.

    Naquele dia, Vinte e Cinco de Abril de 1974, o Povo ficou livre.

    Foram criadas grandes esperanças.

    A maioria do povo português festejou o fim da ditadura.

    O governo provisório do General Vasco Gonçalves, fêz Leis contra a corrupção e Leis para proteger todos aqueles que viviam do seu trabalho.

    Muitos compraram ou construíram a sua casa.

    O ensino Universitário começou a ser intensivo a todos e não apenas para os filhos dos senhores do poder.

    Deixou de ser preciso “Cunha” para arranjar trabalho.

    Mas os governos que lhe sucederam, nomeadamente o governo do Dr. Mário Soares, retirou todas as Leis que protegiam a nação dos oportunistas e promulgou Leis de contratos a prazo para os trabalhadores.

    Aliou-se ás forças que nos oprimiram durante os anos do fascismo e criou leis bem piores que as de Salazar.

    Fêz Leis para aumentar os ordenados dos políticos, deputados, presidentes de câmaras, ministros, etc. etc.

    Com aquelas Leis, os políticos aumentam os ordenados a eles próprios, quando querem. Actualmente ganham ordenados chorudos.

    A corrupção atinge todas as estruturas do estado.

    Como são eles que fazem as leis a seu favor. Ninguém presta contas.

    Quando algum é chamado á justiça para prestar contas, acaba por desgraçar mais o povo, porque pedem uma grande indemnização ao Estado por ter posto em causa o seu bom nome, e o povo é que tem que pagar tudo.

    O emprego é só para os amigos dos políticos.

    Os que não são do partido do poder, só arranjam trabalho tendo uma grande “Cunha”

    A riqueza da nação passou para meia dúzia de magnates.

    A censura aos meios de comunicação é feita pelos donos da comunicação social, como têm tudo na mão, são eles que determinam as notícias que devem ser publicadas ou difundidas nas rádios televisões e jornais.

    A situação para aqueles que vivem de trabalho está muito complicada.

    O povo está abandonar o pais e parte para outos países, tal e qual como fazia nos tempos da ditadura.

    O país está a saque. Os políticos comem tudo.

    Para estes marmanjos, o Vinte e Cinco de Abril foi um maná.

    Eles nunca estiveram também na vida. Nunca houve tanta ladroagem em Portugal. Isto está podre, meu caro Dinis Lourenço.

    É isto aquilo que eu penso e sinto.

    Um forte Abraço

    Ambrósio Lopes Vaz

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  16. As Memórias da Freguesia do Rêgo estão a ser uma referência a merecer uma maior divulgação para todos aqueles que procuram na NET uma consulta do que era e do que é hoje este país. Não havia excepções mesmo fosse no mais pequeno lugarejo, ou na mais pequena Freguesia de Portugal. Fossem eles eminentemente católicos, como seria e será o caso nessa Freguesia do Rêgo. O Distrito de Braga, (um distrito curvado aos pés do Bom Jesus e do Sameiro), com os seus santuários, foi um berço da ditadura do ditador de Santa Comba Dão.
    A escravatura, a exploração do ser humano, era moeda corrente tanto dos políticos, como dos responsáveis da igreja católica. Eles foram aliados inseparáveis e ainda hoje se dão maravilhosamente bem. Mesmo que eles digam que seguem por caminhos diferentes, acabam sempre por se encontrar e se entender. Curiosamente fazendo uma espécie de favor e caridade nas suas práticas na distribuição de umas esmolas aos explorados que ambos fabricam, ora políticamente, ora religisamente! Então que razão existe para a religião católica ser imensamente rica e 99 por cento dos seus fieis serem pobres e sofredores? De onde vem a sua riqueza? Não será da exploração da fé? Seria isto porque Jesus Cristo lutou e morreu? Se Jesus Cristo voltasse ao mundo tinha de fazer a VERDADEIRA JUSTIÇA e castigar aqueles que se servem do Seu Nome para explorar os incautos e inocentes que acreditam naquilo que lhes vendem!!!
    Quanto ao 25 de Abril também tenho a minha opinião formada desde que me apercebi que os "golosos" entraram nele para continuarem a MAMAR! O cantor José Mário Branco tem uma canção, com o título: Foi um Sonho Lindo Que Por Aqui Passou. De facto aqueles militares que desejavam, se entregaram e queriam uma vida melhor para os seus irmãos, sem armas, tiveram desde o 1º minuto de enfrentrar naquela madrugada de uma desejada alvorada as contradições e os interesses da sua classe fardada! Ninguém tenha hoje dúvidas que o 25 de Abril se dava com ou sem Salazares e Cerejeiras, e, porquê? É que nas Colónias já não morriam só os filhos do Povo. Já começava a estarem em perigo as vidas dos profissionais da carreira militar. Havia que acabar com aquilo. Os que só desejavam isso também entraram no 25 de Abril,não para dar uma vida melhor ao Povo, pois se o desejassem, o Povo estaria hoje melhor. Do saudoso 25 de Abril vai-nos restando só o ainda podermos dizer alguma coisa. Chama-se a isto a democracia com algum contróle, já que ela está controlada pelos detentores do poder da Comunicação dita Social. Se analisarmos aquilo que ultimamente vamos sabendo dos escandalos impossiveis de esconder sobre os Bancos e outros casos, então vemos que o 25 de Abril foi de facto UM SONHO LINDO QUE POR AQUI PASSOU.
    Hoje o Povo continua mal e os filhos e os netos do sistema explorador vive bem.
    Agradeço ao Sr. Luís Lourenço, patrício brasileiro, esta oportunidade de poder contar muito sumáriamente o que vivi antes e vivo
    depois do 25 de Abril.
    José Afonso
    Alter do Chão - Alto Alentejo.

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  17. Amigo Anbrosio
    Talvez se lembre de mim, pois à cerca de 32 anos ia eu para a tropa, deu-me boleia no seu carocha
    até a Porto, tenho 52 anos, sou filho da Herminia
    Silva filha do Joaquim da Ponte(Rija) o carpinteiro da Ponte, o meu pai Clementino Faria
    ceguinho conhecido por muita gente, tocava guitarra nas ruas da cidade do Porto, depois foi
    para Lisboa e ganhava assim a vida a tocar acordeao nas ruas, vielas, estaçoes de comboio
    estaçoes de metro, tocou varias vezes na emissora
    nacional, hoje antena 1 e assim tostao a tostao
    criou 7 filhos sem nunca passarem fome, pelos dedos conhecia o dinheiro, conhecia as ruas do
    Porto ou Lisboa, pois varias vezes o acompanhei
    e pelo andar conhecia o nome das ruas, foi uma
    pessoa como poucas.
    O meu avo, era o carpinteiro mais conhecido pelo
    rija da Ponte, grande parte da cobertura das casas do Rego e arredores foram construidas por
    ele, carros de bois, pipos eram feitos poe ele,
    as rodas que faziam mover as mos dos moinhos como
    os moinhos de argontim, a serraçao de argontim
    hoje museu arcologico ele trabalhou, deve-se
    lembrar bem dele, pois onde ele morava e trabalhava era o caminho que o senhor
    Ambrosio e seus irmaos assim como seu pai pois
    lembro-me bem dele, iam para o reboredo, muito
    mais haveria a dizer destes dois homens.
    Gostei do que li sobre as memorias do Rego, isto
    que escrevi sobre meu pai e meu avo tambem faz
    parte destas mesmas memorias do Rego, fiquei
    contente por saber que hà pessoas que se interesan pelas memorias da nossa terra.
    Gostaria de mandar um dos meus poemas da minha
    autoria escrito hà 32 anos quando andava na Força
    Aeria em Tancos
    REGO MINHA TERRA
    O ambiente de eterna saudade
    e a beleza das paisagens.
    Das fruteiras em flor.
    A presença constante e amiga
    de um sol brongeador.
    A atmosféra do perfume das suas figueiras,
    cerejeiras, pessegueiros e outras.
    O seu saboroso vinho americano e suas ramadas.
    As elevaçoes que criam magnificas paisagens
    naturais.
    Suceden-se a horijontes planos.
    A amenidade do seu clima.
    As belezas das paisagens.
    Vestigios de onde viveram Lusitanios
    e outros povos que contam uma longa historia.
    A expressao de um povo apaixonado pela sua terra.
    O pitoresco das tradiçoes das suas festas ligadas
    à agricultura.
    O sol sempre presente nas colinas solitarias e
    selvagens.
    A tranparencia do cristal do sol azul.
    Aguas tépicas do rio.
    Paisagens onde a luz se tranforma em cor.
    As expecionais condiçoes de toda a paisagem minhota.
    Os passeios pelos campos.
    Os devertimentos.
    A caça e a pesca.
    A alegria dos festejos populares e as danças
    em que os rapazes e raparigas redopiam velozes
    nos passos do vira e foclor.
    O carnaval e suas romarias em festa.
    A lavoira dos caes, unica realizada em Portugal
    ao seu padroeiro S.Bartolomeu.
    O S. Joao e S. Pedro.
    A ceia de Natal, tascas e bares.
    A gastromia de pratos tipicos e saborosos.
    O silencio da frescura das àrvores.
    A alegria de toda esta gente que vive feliz
    vivendo das suas tradiçoes.
    Rego minha terra.
    Onde esteja sempre te recordarei os tempos de
    juventude.
    Recordarei o teu povo.
    As tuas tradiçoes.
    Os teus vales e montes cheios de neve.
    O sol de Agosto sempre presente na tua paisagen.
    O luar de Agosto que ilumina os teus montes.
    As desfolhadas e tuas festas.
    Os pique niques da Sehora do Vizo.
    As noitadas de S.Bartolomeu.
    A tua lavoira dos caes.
    REGO que para sempre seràs minha terra.......

    Um abraço deste amigo LUIS MARIO

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  18. Caro Luis Mário,obrigado pela vizita ás "Memórias do Rêgo" e pelo teu belo comentário. Privei com os teus pais e lembro-me da tua mãe me falar para te dar boleia no carocha até ao porto. Encontrei o teu pai várias vezes, nos combóios que vinham de fafe e outros da Pòvoa.Ele conhecia-me pela fala. Eu viajava todos os dias nesses comboios a caminho do meu trabalho.Retribuo-te um forte abraço.

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  19. Amigo Luís Lourenço, como estão as coisas ai pelo Brasil? Nunca mais disseste nada...

    Para completar aquela opinião que me pediste acerca do que eu penso do 25 de Abril, deixo-te aqui este texto de Guerra Junqueiro que ainda está muito actual, dada a nossa situação presente:

    "Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio,
    fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora,
    aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias,
    sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice,
    pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas;
    um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai;
    um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom,
    e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que
    um lampejo misterioso da alma nacional,
    reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta.

    Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula,
    não descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha,
    sem carácter, havendo homens que, honrados na vida íntima,
    descambam na vida pública em pantomineiros e sevandijas,
    capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira à falsificação,
    da violência ao roubo, donde provém que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis no Limoeiro.

    Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo;
    este criado de quarto do moderador; e este, finalmente,
    tornado absoluto pela abdicação unânime do País.

    A justiça ao arbítrio da Política,
    torcendo-lhe a vara ao ponto de fazer dela saca-rolhas.

    Dois partidos sem ideias, sem planos, sem convicções,
    incapazes, vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos,
    iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero,
    e não se malgando e fundindo, apesar disso,
    pela razão que alguém deu no parlamento,
    de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar."
    Guerra Junqueiro, 1896.

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  20. Crise
    Vivemos uma época onde tudo tem a assinatura da crise. Tudo se começa a colocar em causa. Nunca se ouviu falar em tanta crise. A esperança é já de não se alargar a crise. Mas ela já conseguiu invadir os alicerces da maioria das famílias portuguesas.
    Os governos e os governantes não ficam imunes. A crise invadiu o modelo económico e financeiro. Já chegou ao sistema bancário e às bolsas. Mas atenção, estas bolsas atingidas são as nossas! Penetrou no AMOR. Apesar ainda do amor se escrever com as mesmas quatro letras, ele não é oriundo da mesma raiz que lhe deu origem. Talvez por isso nenhuma Companhia de Seguros se aventuraria a tomar conta deste negócio! Já a amizade caminha a passos largos para se converter, ou não esteja já transformada numa palavra vã. Entrou na crise.
    Passa-se o mesmo na Justiça que não merece o crédito das pessoas. Em tempos foi equiparada á paz que a própria Justiça legitimava.
    Estão a milhas da Luz (pelo menos a apregoada luz ao fundo do túnel) as realizações das cansadas e velhinhas promessas feitas pelos governantes. Muitos deles em vez de governarem, governam-se. Começa a constar que a honradez tirou passaporte para parte incerta.
    Não foge á crise a igreja católica. Cada dia que passa perde crédito nos seus fundamentos. Servindo-se da religião, muitos dos seus guardiões são responsáveis por actos condenáveis. Desde o encobrimento de conhecidos e antigos abusos sexuais, como o da cobertura a depósito de armas. Armas essas de fogo e morte em vez das armas da fé. Misturam religião com política. Usam o poder da mística da fé para fazerem propaganda eleitoral em defesa dos detentores de determinado poder político, desde que este coincida com o poder monopolista económico da igreja! Assim vão minando, num crescente descrédito, a fé dos fieis e afastando-os da igreja. Muitos deles já confundem religião com comércio. Não só por tudo ser pago desde o Baptizado até ao dia quando baixamos à terra. A igreja além de várias facilidades, tem ajudas dos governos, autarquias, enquanto ela dispõe de um património com uma riqueza incomensurável.
    Chegamos a uma situação de não ser já possível tentar esconder a crise, que anda por aí. ( Também Santana Lopes disse um dia que iria andando por aí...). A crise já não anda só por aí. Resolveu instalar-se por cá e por aí. Não a devemos ignorar. Numa época onde o aldrabão, o que rouba milhões, o profissional da vigarice são pessoas distintas e têm toda a protecção ao seu alcance e ao seu bom nome. Será isto o produto de algum vírus? Andam por aí vários vírus. É nas gripes, nos hospitais, nos computadores... Talvez por isso anda tudo VIRADO!
    Está instalada uma pandemia de falsidade infecciosa, arrogante, perseguindo todos aqueles resistentes que não querem ser marionetes desta sociedade VIRADA, em CRISE.
    Só um milagre poderá alterar esta situação? Os milagres foram inventados, em certas alturas, por darem um grande jeito... A crise de agora não está nas boas graças para os “milagres”? Ou ainda não terá chegado a sua hora?
    Não tenhamos dúvidas que estamos confrontados e a viver uma muito grande crise!
    Solicito ao Autor das Memórias da Freguesia do Rêgo, a publicação do meu comentário, porque se enquadra no pensamento de Guerra Junqueiro.
    Saudações sem crise para todos os amigos e já agora também para todos os meus inimigos.
    João Baptista
    Braga

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