segunda-feira, 2 de março de 2009

Um regedor tolerante

Um regedor tolerante

O regedor era um agente de autoridade na freguesia, nomeado pelo presidente da câmara. Em cada freguesia havia um regedor e um substituto deste, ambos nomeados pelo presidente da câmara municipal e por ele livremente demitidos.

As freguesias podiam para melhor organização dos serviços de polícia, ser divididos em secções, á frente das quais havia um cabo de ordens nomeado pelo presidente da câmara.

O regedor e os cabos de ordens, podiam ser coadjuvados por cabos de polícia que lhes eram subordinados e que eram também nomeados pelo presidente da câmara.

Atribuições do regedor-- Incumbia ao regedor de freguesia:

1º Executar e fazer executar todas as ordens e deliberações municipais que lhe fossem comunicadas pelo presidente da câmara.

2º Velar pela observância das posturas municipais e paroquiais e regulamentos de polícia, levantando autos de transgressão, que remetia á junta de freguesia ou á secretaria da câmara.

3º Participar ao presidente da câmara todas as faltas e irregularidades que notasse na administração paroquial.

4º Dar parte ás autoridades policiais do concelho, dos crimes de que tiver conhecimento e das provas que obtiver para a descoberta dos criminosos

5º Coadjuvar as autoridades judiciais e policiais em todos os actos de investigação criminal para que o seu concurso seja requerido.

Tomar providências para assegurar a ordem, segurança e tranquilidade pública, segundo instruções recebidas das autoridades policiais do concelho, ou por sua iniciativa, nos casos urgentes.

7º Prestar ás autoridades sanitárias todo o auxilio de que carecem para o exercício das suas funções.

8º Participar imediatamente ao delegado ou subdelegado de saúde e ao presidente da câmara os factos perturbadores da saúde pública de que tenha conhecimento, a aparição de moléstias epidémicas ou suspeitas e as transgressões das Leis, Regulamentos e Posturas sanitárias.

9º Impedir que se enterre cadáveres fora dos cemitérios públicos.

10º Impedir que se sepultem cadáveres sem guia de enterramento passada pela competente conservatória ou posto do registo civil.

11º Atestar gratuitamente, na impossibilidade absoluta da comparência de médico para a verificação do óbito e caso não haja suspeitas de crime, que viu o cadáver e quais as informações dadas por pessoas idóneas sobre as causas possíveis da morte.

12º Convocar os vizinhos para a extinção de incêndios e dirigir os respectivos serviços, quando não estiver presente algum técnico.

13º Exercer qualquer outra função de que seja encarregado pelo presidente da câmara ou que as leis e os regulamentos lhe confiram.

Como se pode observar, o regedor era a autoridade policial, principal da freguesia, dependia directamente do Ministério do Interior, porque era ele, que nomeava o presidente da Câmara.

Porém,o regedor não recebia ordenado por aquele trabalho, que por vezes lhe ocupava o tempo todo. As únicas regalias que tinha, era pôr os filhos a estudarem no colégio dos Pupilos do Exército de borla, e também gozarem férias gratuitas, nas Colónias de Férias “General Carmona”e “Doutor Oliveira Salazar”

A freguesia do Rêgo era bastante complexa em relação ás outras freguesias. Na vila dizia-se que era a freguesia que mais dinheiro dava ao tribunal.

Desordens, partilhas, roubos e de vez enquanto alguns assassinatos, de que falarei nos costumes. O regedor António Lopes de Carvalho, conhecido pelo “Custódio” não prendia ninguém, mandava o Cabo de Ordens fazer aquelas tarefas.

Mas só em casos muitos graves, é que os Indigentes eram enviados para a cadeia, O Cabo de Ordens prendia os ladrões e obrigava-os a devolver o roubo aos donos e a pedir-lhe perdão.

O “Custódio” era um regedor tolerante e até prestigiado pela maioria do povo.

Havia vários tipos de roubo, coelhos, galinhas, farinha e milho dos moinhos, couves, erva, e lenha nas moutas, que era o mais frequente. Os Indigentes roubavam os carvalhos que já estivessem secos, porque no caso de serem descobertos, (o que acontecia na maior parte das vezes) o crime não era tão grave.

Os lavradores parece que tinham os carvalhos contados, todos os dias iam ás coutadas ver se tinham sido roubadas arvores de noite, o que acontecia muitas vezes, e seguiam o rasto até ao casebre dos Indigentes, e por vezes apanhavam-nos ainda a serrar ou rachar os toros, como aconteceu por duas vezes ao meu pai, Manuel “Pistola,” que de noite foi a uma mouta roubar um carvalho. 

O lavrador de manhã foi fazer a ronda á bouça, para ver se tinham roubado algum carvalho e viu que faltava um. Seguiu o rasto do caminho por onde passou o ladrão e foi direito a casa do larápio, que neste caso, era o meu pai. 

O dono da mouta, contatou o regedor Custódio, ele deu ordem ao cabo de ordens, para fazer as diligêncas referentes ao roubo e tomar a decisão adequada aquela infração.O meu pai pediu mesericórdia.

Pediu que não o prendesse.Decisão:

O meu pai foi obrigado a levar a lenha ao dono da Mouta, rachada, pronta para queimar e pedir perdão ao dono da coutada, para não ir preso. 

Mas, o Cabo de Ordens ao ver a nossa miséria, consentiu que o meu pai escondesse um cesto de canhotos e ficasse com eles.

Estes favores de escapanço da prisão, ficar com algum produto do roubo, como os indigentes não tinham dinheiro para peitas, eram pagos com trabalho gratuito, prestado ás autoridades policiais.

Quando haviam roças de mato, renovação de terras, vessadas etc., os lavradores-policiais, pediam aqueles indigentes, para lhes darem uma ajuda, trabalhavam só pela mantença. Não havia pagamento de jorna.

As vezes davam um naco de pão, para trazer para casa, ou umas batatas ou restos de comida.

Não é agradavel descrever estas histórias reais, dos meus queridos saudosos pais. Mas caros seguidores e leitores do meu blogue, nunca tenhamos medo de dizer a verdade, mesmo que tinhámos de pagar caro a nossa ousadia. Foi esta a educação,que os meus queridos saudosos pais me incutiram.

Naquela época,havia dois tipos de ladrões, a quadrilha, que eram de fora da freguesia e pela calada da noite, roubavam, os gados, vacas, bezerros. éguas, potros, porcos, ovelhas, cabras, cabritos e anhos, e os assaltantes, que assaltavam as pessoas e casas. 

As cortes das vacas, do regedor foram incendiadas.

Um pequeno lavrador, do lugar do Rego, pegou fogo ás cortes do Regedor, com intenções de queimar as cortes e o gado.

Aquele crime foi praticado a altas horas da noite.

Acontece, que aquela hora da noite, o meu pai, Manuel Pistola de Vila Boa, como de costume, acordava o filho Ambrósio, para ir mijar á porta do casebre, para evitar que urinasse na cama, urinasse os irmãos, como todas as noites acontecia.

Logo que abriu a porta, viu um clarão do fogo, e disse á minha mãe que havia fogo nas Seixosas. Ou era nas cortes do António do Bento ou nas do Custódio.

Disse á minha mãe, que ia tentar salvar o gado e conseguiu salvar as vacas. A seguir foi tocar o sino a rebate, como era costume sempre que acontecia alguma desgraça.

Entretanto, galgando o carreiro das Macieiras em direcção ao Poço das Latas, ia gritando. Aquedel-rei-fogo.

Aquela boa intenção do meu pai, de tentar salvar as vacas do regedor, transformou-se numa grande tragédia para a família dos Indigentes Pistolas.

No dia seguinte, o lavrador António Custódio, que tinha as funções de regedor, mandou prender o meu pai, Manuel Lopes Vaz e o seu pai, meu avô, Francisco Lopes Vaz. Era nestes dois desgraçados que caíam todas as suspeitas.

O meu pai, por ser ele a dar conta do fogo aquela hora. O meu avô porque era um grande borrachão.

Foram entregues pelo regedor, ao Juiz de paz e seguiu-se a situação descrita.

O juiz de paz era um serventuário do regime fascista, que ultrapassava as funções que lhes tinham sido atribuídas.

Não sei o que ele terá feito a outrosNarro o que ele fez aos Indigentes "Pistolas” de Vila Boa e Bolada.

Os Indigentes, Francisco Lopes Vaz e Manuel Lopes Vaz, pai e filho, conhecidos pelo Pistola de Bolada, que era o meu avô e padrinhoe o meu pai, Pistola de Vila Boa.

 Foram entregues ao Juiz de paz, acusados por um crime de incêndio, que não cometeram, como adiante se vê, no confesso ao Abade José Gomes, pela mulher do criminoso.

O  juiz de paz, conhecido por Russo da Tomada, massacrou-os para os obrigar a confessar um crime, que não fizeram.

Queria arrancar à força, a primeira confissão de incendiários, antes de os mandar para a cadeia.

Entraram ás oito horas da manhã e só à tarde foram levados para a cadeia da comarca.

A minha mãe ao meio-dia, levou um pote de caldo, para o meu pai e o meu avô comerem. O famigerado juiz de paz, não os deixou comer o caldo. Só autorizava se confessassem o crime de que estavam acusados. Não confessaram o crime, porque não eram culpados.

Eu, que acompanhei a minha mãe naquela diligência, quando vi o meu pai e o meu avô a chorar, a minha mãe aos gritos, comecei também a chorar. Foram mandados para a prisão da Comarca, Celorico de Basto.

Na prisão eram chicoteados com um cavalo-marinho, um em cada cela.

Ao interrogar o meu pai, diziam- confessa o crime. O teu pai já confessou. 

Senão confessares, daqui vais para o cemitério. Não sais daqui vivo. Iam para o meu avô, repetiam a mesma cena. Foram três meses de martírio. Foram massacrados, turturados, para confessar o crime.

Mas não confessaram o crime, porque não o tinham cometido. Quando saíram da prisão, pareciam dois cadáveres.

Enquanto não foi descoberto o criminoso, pairou a duvida.

Acontece, que a mulher do incendiário, quando se foi confessar, confessou ao padre José Gomes, que foi o marido que pegou o fogo ás cortes do lavrador, regedor António Custódio.

O padre  José Gomes, revelou ao regedor, António Custódio, a confissão que a mulher do criminoso lhe confessou. 

O regedor não perdeu tempo,chamou o lavrador que incendiou as cortes, e o incendiario confessou o crime. O regedor propôs-lhe, que lhe desse um dos seus campos, como indemnização, caso não o fizesse, ia preso e tinha de pagar os prejuízos do incêndio e indemnizar os Pistolas.

O incendiário aceitou. O regedor ficou com o campo. E nem desculpa pediu aos inocentes.

O meu pai disse-me – que o criminoso lhe pediu desculpa e quando deu o campo ao Custodio, ficou combinado, o regedor indemnizar os Pistolas.

Custódio. Um regedor com história

O regedor era um pequeno lavrador. Tinha como paixão, a Corrida de Cavalos. Concorria a todas as provas.

Era o concorrente mais temido. O seu lema era ganhar todas as provas.

Mercava os melhores cavalos para poder competir aqueles eventos. As vitórias eram sucessivas.

Mas, naquela Época, aquele desporto ficava muito caro. O regedor quando se apercebeu, tinha a sua lavoura empenhada.

Os amigos que tantas vezes o cortejaram, (e eram tantos) desapareceram como o fumo sem deixarem rasto.

O Custódio não tinha quem lhe fiasse um chavo.

Sente-se abandonado por todos. Deu novo rumo á sua vida.

Aproveitando a grande experiencia de Serventuário da Ditadura, monta uma Rede de Emigração Clandestina.

Por aquela Rede passaram largas centenas de milhares de emigrantes, com destino á França, Alemanha, Bélgica e Luxemburgo.

A Rede do Custódio era considerada das mais seguras. Por ela passaram também alguns políticos fugidos ao fascismo.

O Custódio era o Coordenador-Geral da Rede de `Passadores Espanhóis, criada por ele.

Tinha angariadores em vários concelhos, que faziam o recrutamento. O Coordenador Custódio só recebia o dinheiro das levas e acertava as saídas com os familiares dos emigrantes.

De princípio, o preço de passar cada clandestino, rondava o dinheiro duma vaca e depressa passou para duas.

A maioria dos emigrantes pediu dinheiro emprestado para a passagem. Não havia fiados.

A aldeia do Rêgo ficou deserta. Primeiro foram os homens, depois as mulheres e os filhos.

Passaram por grandes dificuldades para se integrar numa nova vida. Costumes, língua, convivência, etc.Muitos emigrantes não sabiam ler, o que lhe dificultou mais a adaptação.

Mas passado o primeiro ano, já diziam- Saímos do inferno viemos para o céu.

As remeças de dinheiro começaram aparecer, mas os campos ficaram a monte, não só no Rêgo, como em muitas freguesias de Portugal

Quando a PIDE descobriu quem era o chefe daquela Rede, o Custódio já tinha as terras desempenhadas e os bolsos cheios de dinheiro.

Já não lhe faltavam amigos. Teve necessidade de se homiziar. Mas não faltou quem lhe desse guarida.

Acabou por ser preso, mas mesmo na prisão teve amigos. As suas refeições eram-lhe enviadas do. exterior. Não estava preso como politico. A polícia politica, sabia muito bem que o regedor era um homem fiel ao regime.

O que o levou á prisão foi mais a fuga de mancebos á tropa, que tinham passado pela sua rede, e o regime precisava de carne para canhão.

De resto, o regedor prestou grande serviço ao seu povo.

Alguns emigrantes não voltaram, mas, a maioria voltou, construiu a sua casa, tem boas reformas, em relação aquelas, que a Segurança Portuguesa paga.

As contrariedades da vida daquele Regedor, levaram-no a praticar actos ilegais, para resgatar a sua lavoura, mas ficou na história.

Um Homem Que Levou a Cultura aos Emigrantes

Também, o Sr. Engenheiro-Arquiteto Paisagista, Ilídio Alves Araújo, filho do Casimirinho da Venda, está ligado a todos aqueles que abandonaram a Aldeia, em busca de trabalho, uns para os centros urbanos dentro do país, outros para o estrangeiro.

Aquele letrado, procurou manter os seus conterrâneos ligados á sua terra, através do jornal que fundou, “Ecos da Montanha”e Revista de Cultura Popular, da qual foi um grande colaborador.

Foram muitos, os emigrantes que beneficiaram daqueles Eventos.

O Sr. Engenheiro, quando deixou de publicar o Jornal, passou a encaminhar a Revista de Cultura Popular, para todos os conterrâneos que tinha a direcção.

Quando encontrava um conterrâneo, não tinha pejo em o cumprimentar. Na altura do falecimento do meu pai, foi-me esperar á porta do emprego, para me dar os pêsames.

No tempo do fascismo, com rigorosa censura, era difícil editar qualquer jornal ou revista. O Sr. Engenheiro Alves Araújo, foi um Homem de coragem. 

Não é Homem de retórica.

É Homem de Acção. Conheço muitos intelectuais, que só têm lábia.

Homem com letra grande. Grande Vulto.

Ambrosio Lopes Vaz


9 comentários:

  1. Ambrósio Vaz, o Lopes "ligeiro", sempre foi também homem de acção. Quem nunca o imaginou, porém, homem de letras, poderá ficar surpreso. Nada de maior admiração, no entanto, já que se trata apenas, e tão só, de uma história mais, de tantas que vida tece...

    Estou a gostar.

    Um abraço, amigo!

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  2. Obrigado Amigo pelo teu comentário e pela tua vizita ao meu blog. Um grande abraço
    Ambrósio

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  3. Quando tomamos conhecimento, como agora nestes relatos das Memórias da Freguesia do Rêgo,notamos que a vida no que diz respeito à exploração só mudou nas suas técnicas de aplicação. Hoje continua a existir exploração, miséria, pobreza. Os que nascem e são naturais abandonam as suas aldeias, vilas e cidades em procura de trabalho e emprego. No estrangeiro já há milhões de portugueses. Abandonaram a Pátria porque esta é uma má madrasta que só lhe pede sacríficios, enquanto uma certa élite desfruta de todas as benesses que esta democracia lhe serve em bandeja. Os sacrificados são sempre os mesmos que já vinham do antigamente. Por isso digo que a exploração continua a existir com novas técnicas de aplicação. Há outros Regedores, outros Juizes de Paz e ainda alguns Russos do Tomada, a estes não os conheci mas conheço outros. A História só regista o que lhe convém para valorizar os senhores fortes da exploração, e, talvez por isso é que se diz: " que dos fracos não reza a história".
    José Afonso. Alter do Chão

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  4. receberam o meu comentario anterior?

    o meu bisavó foi suponho que em 1925..por aí regedor de celorico de bastos, jose lopes teixeira marinho.

    gostava de saber um pouco mais sobre ele e ver fotos para conhecer um pouco mais sobre mim e as minhas origens.

    obrigada

    sofia alves

    email: anasalves2006@sapo.pt

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  5. Cara Sofia Alves,obrigado pela sua visita ás Memórias do Rêgo.Não recebi o seu comentário anterior. É este o primeiro que recebi.
    Celorico de Basto tem 22 freguesias. O seu avô de que freguesia era natural? Onde nasceu?
    Com estes dados que mandou não é fácil.
    Receba as minhas Cordiais Saudações.
    Ambrósio Lopes Vaz

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  6. O regedor

    Boa noite,


    Desde já um muito obrigada pela sua resposta.

    Falei com a minha tia que me disse que deveria ser da freguesia de Armesela, ou caso contrário seria de Argil.

    O nome do meu bisavó é José Lopes Teixeira Marinho, não sei se faltará realmente algum outro nome.

    Se me poder dar alguma informação, gostaria de saber mais sobre as minhas raízes.

    Atentamente,


    Ana Alves

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  7. Cara amiga, gostava de a ajudar, mas as coisas continuam complicadas.Os dados que manda são muito incertos. Arnosela pertence ao concelho de Fafe. Agilde pertence ao concelho de Celorico de Basto. Era importante saber em que treguesia o seu bisavô foi enterrado e á quantos anos morreu. Saber ao certo donde era natural. Sabe que á muitos nomes iguais.
    Minha amiga continue a visitar as" Memórias do Rêgo"que este fim de semana vou publicar mais dois posts de recordações da minha infância.
    Atentamente, Ambrósio Lopes Vaz

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  8. Como Rego foi e continua a ser uma terra de imigrantes eu gostaria se houver espaço, dedicar ao imigrante um poema feito por mim em tempos de criança, um dos cerca de 300 poemas que escrevi em tempos de criança, não os publiquei devido a ter erros ortográficos e muitos deles ser muito pessoais, nessa época enquanto guardava o gado no monte e na tropa eu lia muito e isso me dava ideias para escrever.
    O IMIGRANTE
    Filho porque deixastes
    a tua terra natal que sempre amastes.
    Filho porque partistes
    da tua terra tão querida
    que sempre sentistes
    esta terra tua amiga.
    Teus pais choraram depois da tua partida.
    Para viveres uma vida melhor
    Lutastes, vencestes com muito suor
    A tua partida naufragou os nossos corações
    Filho lutas pela vida contra todos os contratempos como espadas e punhais.
    Com dor lutastes pela vida.
    Filho que deixastes tua terra natal
    partistes com um adeus para novas terras
    deste velho Portugal.
    Sofrestes muito para teres uma vida melhor
    mas vencestes com muito suor.
    Filho porque partistes desta tua terra amada
    do Rego tua terra natal tão querida
    Rego te viu nascer
    Rego te viu vencer
    Regressarás um dia com saudade.
    Tu que destes vida a este velho Portugal
    Tu que lutas pelo bem-estar dos teus
    sonhas com um futuro duma esperança renascida
    desta terra tão querida.
    Quando regressas ficas feliz e contente
    por te encontrares na tua terra natal.
    Emigrante que breve partirás
    mas que brevemente regressarás.
    Deixas uma saudade tão grande nos corações
    daqueles que amas.
    Emigrante que tens amor à tua terra natal
    mas não podes ficar, vais partir deste Portugal
    Tens de partir imigrante
    Mas em breve regressarás imigrante
    ao teu cantinho Rego tua terra natal...
    Luís Mário

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  9. Amigo Luís Mário,reproduzi aqui neste local, o teu poema que dedicas ao Imigrante. Aqui fica melhor.Continua a mandar os teus poemas e comentários, porque é muito importante a participação no blogue "Memórias do Rego" num ano teve mais de oito mil visitas.
    As minhas Cordiais Saudações.
    Ambrósio Lopes Vaz

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  Caros amigos, amigas e seguidores do blog “Memórias da freguesia do Rego- Celorico de Basto”, comunico a todos que as “Memórias da fregues...